Ler e escrever: atividades distintas

Willmann Silva Costa

Não se aprende a escrever somente com teorias, o treino diário é o caminho para quem deseja escrever com desenvoltura. Cada pessoa descobre sua técnica, essa descoberta requer trabalho de insistente revisão.

A maior qualidade do texto é a clareza, quem consegue se expressar verbalmente com facilidade, quase sempre, produz textos com alto grau de objetividade. Criou-se um mito de que quem lê muito escreve bem. Não acreditamos nessa afirmação. Sabemos que a maioria dos escritores são bons leitores, mas não podemos afirmar o inverso. Só se aprende escrever, escrevendo.

Escrever é um trabalho difícil, o texto quase nunca está pronto no primeiro esboço. O rascunho da obra é uma coisa primitiva que frequentemente apresenta falhas profundas, elas são decorrentes da necessidade de combinar composição com o pensamento. Após a produção do esboço, o autor inicia o processo de lapidação. À medida que vamos trabalhando nossa produção, nos tornamos mais exigentes e é essa busca do melhor texto que nos impulsiona para voos mais altos.

Frase curta é uma boa estratégia, a memória imediata tem limite. Sentenças longas e complicadas podem ser consideradas ilegíveis, porque o leitor, quando chega no final da frase, já não se lembra do que leu no começo. Qualquer pessoa fica entediada quando precisa reler o trecho que se evaporou, para compreender o restante. Ao escrevermos sentenças curtas, que logo completa o sentido na memória imediata, as informações vão sendo transferidas para a memória de médio prazo. É nessa memória que os dados acumulam-se permitindo o perfeito entendimento da redação. Escrever textos de fácil entendimento é respeitar o nosso leitor.

Arriscar-se nos neologismo é tão perigoso quanto usar palavras arcaicas. A má escolha dos vocábulos dificulta a compreensão do texto. Percebemos que algumas pessoas têm predileção por duas classes de palavras: os adjetivos e os advérbios. Ora, são exatamente essas duas classes de palavras que costumam ser excessiva. Numa frase mais longa, elas serão menos memorizadas do que os substantivos, verbos e pronomes.

O modismo vocabular também é nocivo. Algumas palavras são modismo em determinados grupos sociais, na mídia, na própria repartição. Quase sempre essas palavras carecem de explicações. Isso sem falar nas muitas palavras estrangeiras que estão circulando também por modismo. Essas palavras têm equivalentes em nossa língua, evitando-as, garantimos uma melhor legibilidade em nossa produção.

sexta-feira, 18 de março de 2011

E agora professor?

“Há conhecimento de dois tipos: sabemos sobre um assunto ou sabemos onde podemos buscar informações sobre ele
Samuel Johnson
E agora professor?
Willmann Silva Costa

Estamos vivenciando uma mudança de paradigma  na educação, uma grande mudança cultural. O novo, quase sempre, provoca instabilidades, incertezas. Os professores enfrentam dificuldades para acompanhar o avanço tecnológico. Sempre fomos os donos do saber legitimado, nossa formação foi construída a partir de saberes cristalizados, princípios estabelecidos. Alunos e professores estavam sempre em posições bem definidas: estes ensinavam e aqueles aprendiam  e ponto final. O mundo mudou. Com o uso das novas tecnologias digitais, o saber ficou generosamente socializado através da grande rede, ambiente no qual, o professor, em relação ao aluno, está em desvantagem. E agora professor?
Precisamos ter consciência que uma nova inteligência está nascendo  em nossos jovens. O homem dos próximos anos disporá de novas formas de pensar. O funcionamento cognitivo, sabemos, é dinâmico, sistemático, complexo e continuará se desenvolvendo pela interação. O desenvolvimento do aluno não depende da mídia, mas dos usos que ele faça dessas mídias. Entendo que o professor, mesmo  que não domine a tecnologia tão bem quanto o aluno, ainda assim, é fundamental no auxílio dessas novas ferramentas. A escola é o espaço onde as relações entre professores e alunos são determinantes para o processo interativo.  E esse processo é fundamental para o ensino-aprendizado.
Sou da geração que foi preparada para ter medo da tecnologia. Ouvia sempre meus pais falando: “ tire a mão daí, isso não é coisa pra criança” , quando tentava girar o botão do rádio ou da televisão. Tenho certeza que a próxima geração de educadores vai ter menos problemas com a informática. Mas nem por isso acho que professores de minha geração devam se fechar em seus mundos de medo. Não devemos ter constrangimentos em aprender com nossos alunos. A grande revolução promovida pelo computador na educação facilitou a vida do aluno e também a vida do professor. Deixamos de ser meros fornecedores de informações e passamos a ser organizadores de situações e aprendizagem.
Todos somos aprendizes permanentes. A ideia de conclusão e formatura é utópica, serve para legitimar um saber efêmero. O professor precisa ser um aprendiz, com todas as incertezas, um formulador de dúvidas, um questionador, um provocador, um parceiro. O papel do professor mudou. Suas novas funções são mais exigentes: o educador precisa ser o orientador confiável, o parceiro nas buscas, o orientador nas problematizações, o analista das informações disponíveis na grande rede. Definitivamente precisamos entender que a figura do professor, como símbolo da autoridade do saber, está superada.
Entendo que o professor precisa se manter jovem, evidente que falo da juventude mental. Jovem para entender a linguagem rápida da internet, jovem para manejar os equipamentos de última geração, jovem para entender as mais variadas formas de comunicação, jovem para entender que a diversidade é qualidade e não um defeito. E, acima de tudo,  ser sábio para fazer o aluno entender que cada modalidade da comunicação precisa ser  usada adequadamente. 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Avaliações diagnósticas

Este blog é restrito aos professores-cursistas do Gestar II de Língua Portuguesa da Coordenadoria Centro-Sul II. Veja aqui tudo que aconteceu em nossos encontros e deixe suas sugestões.